Meninos são difíceis, mas meninas... vocês são más.
Vamos começar a semana HarperCollins Brasil, com um super livro.

Recebi Vacas de Dawn O'Porter de parceria, e pela sinopse não parecia ser esse puta super livro que é. Claro que não é a primeira vez que me engano com uma sinopse, mas esse me enganou direitinho.

Esse livro fala muito claramente para mulheres. Algumas vão se identificar, outras criticar e outras não vão entender as ações de algum personagem. A narrativa envolve a visão de três mulheres, que embora sejam muito diferentes, tem a mesma visão de que estão com a vida delas no controle, que podem fazer o que quiserem.

Tara é uma mulher de 42 anos, que é mãe solteira e produz mini documentários para a TV, que são sobre assédio sexual, abusos , isso em um local dominado por homens que fazem gracinhas sobre ela e que também se zangam pelo "privilégio" dela sair mais cedo para buscar a filha na escola, mesmo que ela entre mais cedo que eles, mesmo que as melhores idéias sejam dela. Tara só quer ter seu trabalho reconhecido e claro ter alguém ao seu lado. E por isso, ela tem na internet uma fonte para encontros. Até que ela conhece Jason.
Ser mãe solteira é estranho. Não só porque todo mundo que você conhece te julga ou se compadece de você, mas porque é preciso pensar em muito mais coisas quando se começa a gostar de alguém.
Stella é uma mulher que perdeu a mãe e a irmã gêmea para o câncer de ovários, e provavelmente também o terá, tanto que os médicos a orientam a tirá-los, mas seu sonho é ter um filho para não ser mais sozinha.  Ela sempre foi a sombra da irmã Alice,que era a carismática, a que fazia amigos, e agora que ela se foi , Stella não sabe o que fazer, porque sua irmã era sua única amiga e até seu namorado, não suporta tanta pressão, entre o fantasma de sua doença e sua vontade de ser mãe, e a deixa. Até que ela vê no chefe Jason, uma forma de isso acontecer.
Acabei descobrindo que muitas vezes a melhor terapia é ver outras pessoas sofrendo.
Cam é uma blogueira famosa, rica, feminista, que não quer ser mãe e que se sente pressionada por todos a ser uma mulher "comum" : casar, ter filhos e etc. Ela quer ser livre para ser  e fazer o que quiser. Ela quer poder ficar sozinha no seu apartamento enorme, quando ela quiser, quer poder sair fazer sexo casual sem que ninguém veja nisso um problema.
Acho que nunca me sentiria solitária. Porque quando você domina a arte de desfrutar da própria companhia, a felicidade vem.
As histórias delas se interligam depois que acontece algo muito babaca com uma delas. Tara é o foco principal da história, já que ela é o elo com sua história que foi parar na internet e viralizou. É assim que começa sua amizade com Cam e de alguma forma com Stella. Tara só quer proteger sua filha de todo o caos que sua vida virou e para isso ela terá que juntar suas forças para não desanimar.

Confesso que tem umas partes que fiquei com ódio da Stella e sua forma de agir, assim como Tara que chega uma parte e perde um pouco o fôlego que tinha nos começo do livro. Conforme fui chegando no fim da leitura, fui as entendendo mais, e parando de julgar Stella, que era a mais instável das três. Por falar em final, que final minha gente. Tô beshta até agora.

A autora de um jeito bacana e bem divertido nos faz pensar em questões que passam na cabeça de toda a sociedade, de ser certo ou errado coisas relacionadas a machismo, exposição sem autorização, câncer, aborto, filhos, carreira, a diferença entre homens e mulheres no trabalho, amizade, família, sexo. Tudo isso de um jeito atual  para nos levar a refletir.
Simplesmente não quero ter filhos. E isso não significa que não sou uma boa pessoa.
Também não odeio crianças, e, para ser sincera, acho estranho pessoas que odeiam. Quando alguém me diz que não quer ter filhos por causa disso, penso: você já foi uma criança, eu já fui criança, precisamos de crianças. Elas são adultos em miniatura. Não devem despertar ódio. Acredito que quem odeia crianças na verdade odeia mais a si mesmo. Eu não me odeio, só não quero ter filhos
Esse livro é maravilhoso, nos faz pensar, nos faz sentir, nos faz querer levantar as nossas bandeiras: contra o fim de todos os preconceitos contra a mulher, contra o machismo - que vem inclusive de outras mulheres -, a favor de podermos ser quem quisermos ser, vivermos da forma que queremos.

Um mundo igual entre homens e mulheres. Um mundo onde não só sejamos mais uma no "rebanho" , fazendo o que as outras fazem, o que nos mandam ser e fazer, que possamos encontrar nosso caminho e sejamos aceitas por isso.

Vou dar a nota máxima para este livro, mesmo a revisão do livro deixando a desejar. Alguns erros foram bem chatinhos de prosseguir na leitura, mas mesmo assim amei a história, e por isso a nota. Mas fica a dica ;)


Indico os livros a todas as mulheres, seja você uma feminista, seja você uma defensora da tradição, seja você , que luta pela sua liberdade, seja você que não se enquadra nos padrões. Esse livro vai te fazer sentir, pensar e talvez até falar em alto e bom som o que realmente pensa.
Direitos das mulheres é um assunto delicado. Há uma luta – o feminismo - , mas há  vários tipos de mulheres e agradar a todas é impossível.

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