Escrevi este livro como um jornalista que tenta contar uma história da maneira mais direta e minuciosa possível. Nunca antes tinha sentido a necessidade de mostrar minhas credenciais dessa maneira. No entanto, queria que meus leitores soubessem que o que eles leram foi escrito por um agnóstico criado como católico, educado por jesuítas e que ainda se pergunta a respeito do significado de spiritus.Outro livro não ficção da Darkside Books, só que este nos dexa de cabelo em pé, por assim dizer.
Exorcismo de Thomas B. Allen está mais para um relato jornalistico muuito bem detalhado do que para romance em si. O que falar de um livro que é referência até para o casal de demonologistas Ed e Lorraine Warren, que o define como "um documento fascinante e imparcial sobre a luta diária entre o bem e o mal".
Este foi um caso real que aconteceu em Maryland, nos EUA, em 1949 e que através de muita pesquisa, ele escreveu essse livro magnífico. Essa história serviu ainda como base para o livro e filme homônimo, o nosso querido O Exorcista, de William Peter Blaty.
Confesso que quando assisti o filme não vi nada de mais. Nada que pudesse levar ao que levou aquela multidão de gente a passar mal e dar todo o auê.Mas quando li o livro senti a coisa mudar um pouco.
E agora lendo esse relato fez com que eu acreditasse ainda mais em coisas do além.
O livro conta a história de Robbie, que obviamente teve o nome modificado, e que tinha apensa 14 anos na época.Tudo começa quando ele ganaha da tia espírita Harriet, uma tábua Ouija e o ensina a usar.
*Pausa*
Que raio de tia espírita é essa que dá para o garoto de 13/14 anos uma tábua que serve para a entrada de demônios?? Porque a maioria dos espíritas não mexe com essas coisas não.
Para quem não conhece essa tábua é aquela que você invoca um espírito e com a ajuda da planchette, ele se comunica com quem o invocou.
*Voltando*
Acontece que a tia Harriet morre alguns dias depois, e a família começa a ver coisas muito bizarras acontecendo na casa, como som de arranhões no chão, quadros batendo, vasos flutuando. E eles pensam que é a tia tentando se comunicar, ou é algo na casa... até que percebem que é no menino que a coisa está.
E a família, luterana, começa seu calvário para tentar salvar o menino do que quer que esteja possuindo o corpinho dele.Mas isso depois de tentarem médicos, videntes, pastores e psicólogos. E o caminho foi longo, entre janeiro e abril, foram inúmeros padres, exorcismos e lugares. Inclusive um chegou a se ferir gravemente , tendo que levar mais de 100 pontos no braço.
Caiu por terra o que pensei que era só rezar em latim, jogar água benta enquanto aponta uma cruz. Ok, eu sei , inocência minha.
O exorcista tinha acabado de dizer em latim ‘diga-me o seu nome, o dia e a hora da tua partida através de algum sinal’, quando começaram a aparecer arranhões em uma das pernas do menino: três linhas paralelas. Então, após a palavra horam (hora em latim), uma marca no formato de um X apareceu.O que impressiona no livro é que o autor vai detalhando a evolução do mal. Desde que se inicia com barulhos e sons estranhos , passando pelo momento em que o espírito já afeta o corpo do menino e tudo a volta até que o espírito o possui de vez.
Se tem diferenças entre este livro e o do Blaty? Ah tem. Detalhes como : a forma como o menino age, a possesão e o desfecho dado.
Ao final do livro tem também páginas do diário do Padre Halloran que serviu de base para o autor. Mas aconselho que não leiam logo depois de terem encerrado o livro. Esperem uns dias, porque vocês vão achar mais do mesmo e acabar enjoando.
O livro ainda traz uma série de entrevistas, documentos confidencias, textos da Igreja Católica, o pensamento de outras religiões sobre o tema, enfim é bem impressionante. Por isso não espere sustos, gritos ou terror, mas se você se impressiona fácil, você vai ficar arrepiado em muitas cenas.
A Darkside fez um trabalho gráfico lindissimo, que vem com uma capa dura, bem trabalhada, na parte de dentro uma tábua Ouija impressa e um marcador em forma de plachette. Aconselho que não usem por vias das dúvidas, ok?
Não vou embora até que uma certa palavra seja pronunciada, e este garoto nunca a dirá!Beijos Beijos