Um livro que prometeu muito, pela ótima escrita da
autora Tammy Greenwood e pela história que tinha muito potencial para ser
envolvente e interessante. Infelizmente, a leitura foi decepcionante e fraca.
Achei incrível encontrar leitores que adoraram a trama de Um Mundo Brilhante.
Com certeza eu devo ter problemas em ter achado o livro bem ruim!
Não é ruim pela tradução, ou pela revisão (que por
sinal está excelente), mas o grande problema é o enredo ordinário e personagens
tão falhos que não me despertaram identificação alguma.
Um Mundo Brilhante tem um começo bem intrigante (pelo menos isso). O
professor de história Dr Ben Bailey está com sua vida bem estagnada e
tranquila. Durante o dia trabalha na faculdade onde leciona sua tão amada
matéria e durante a noite trabalha como bartender de um bar local. Sua vida
segue a rotina seja no trabalho ou em casa ao lado da noiva Sara.
Tudo está bem até que o inverno chega (estação
preferida de Ben) e traz com ele um caso interessante. Um jovem indígena é
encontrado espancado e manchando de escarlate a neve pura e branca da calçada
de Ben, pela manhã. Ao tentar socorrer o jovem, Ben acaba se afeiçoando de
alguma maneira, e preocupado com a situação dele, o procura no hospital mais
tarde no mesmo dia.
Ali, era impossível distinguir a neve do ar ou da respiração. Ela simplesmente era parte da paisagem, parte da maneira como as pessoas viviam, e ele amava todos os aspectos daquela neve : seu aspecto branco e imaculado e o fato de que ela parecia ser suave e resistente ao mesmo tempo. Ele nunca se sentia tão feliz quanto nas ocasiões que nevava, e cada nevasca era como um pequeno batismo. (...) Mesmo assim, ele não estava esperando por ela. O inverno, como um querido convidado, havia chegado cedo à festa.
O jovem foi brutalmente espancado e devido ao frio
seus ferimentos foram fatais. No hospital, ao saber da notícia pela irmã do indígena,
Shadi, Ben se conecta a mulher por ter passado por uma experiência similar
quando criança e ter perdido a irmã mais nova. Se sentindo muito ligado a Shadi
e a sua situação, Ben decide ajudá-la a investigar a morte do irmão, pois a
polícia desistiu do caso.
Ele nunca falava sobre ela. Nem mesmo com Sara. Não havia como compartilhar aquela dor com alguém que nunca conhecera a tristeza. Seria como explicar o que é cor vermelha a um homem cego. Tentar descrever a neve a alguém que nunca sentira frio.
Ao acreditar que o jovem foi uma vítima de um crime de ódio, Ben tenta investigar e se aproximar da verdade. Mas quanto mais perto ele chega, passa a questionar
sua própria vida, seu emprego de professor e seu próprio relacionamento com
Sara que enfrenta diversos percalços.
Esperança. Ele sabe agora que a esperança é uma criança abortada, concebida, mas nunca realizada. É o sonho que termina enquanto ainda estamos adormecidos. A oração que não recebe resposta. É simplesmente o cordão frágil ao qual o homem desesperado se agarra, mesmo quando ele se desenrola, desenrola e desenrola.
Nesse ponto da trama TUDO para!! Se você está
acreditando em grandes mudanças e em grandes momentos tensos para o Ben por ele
se envolver tanto na investigação, então você está se iludindo. Eu sei, porque estive nessa situação. O livro se foca mais na questão de nossas escolhas e como temos que enfrentar as consequências das mesmas!!
A Tammy consegue com "maestria" destruir as nossas
expectativas e esperanças para o livro. O que acontece na história é previsível
e que beira ao medíocre, mas tem aquele potencial de melhorar e prender o
leitor numa trama mais elaborada. Pena que isso não aconteceu. =(
Um ponto que achei interessante foi a construção dos
caráteres dos personagens. Não temos um “herói” e uma ”mocinha meiga e
delicada”. Todos os personagens são de certa forma reais, comuns, e que
provavelmente reconheceríamos em nosso cotidiano (mesmo assim eu não me identifiquei com nenhum =/ ). Eles erram, são falhos e
cheios de dúvidas. O Ben, por exemplo é um canalha, cachorro, safado que
detesto com todo o meu coraçãozinho de leitora!!
Não tenho nada contra dramas, mas um drama bom é
aquele que comove ou envolve o leitor numa teia de emoções e sentimentos fortemente.
Um Mundo Brilhante não é um bom drama, é fraco e sem graça. #EuAchei
Com certeza, encontro opiniões divergentes sobre o
livro publicado pela Novo Conceito (que por meio da parceria cedeu o exemplar),
e gosto quando geramos certo conflito, pois isso confirma que gosto é algo
pessoal, e nesses conflitos e discussões que promovemos podemos quem sabe abrir
nossos olhos para entender melhor uma obra.
Isso é o que mais me motiva a escrever resenhas
sinceras.
Não deixem de deixar sua opinião sobre o livro (se
você leu) e sobre a resenha!!