Como por em palavras todas as sensações despertadas nessa leitura?!?! Tive vontade de chorar em alguns momentos, sorri em várias cenas e ri muitíssimo com a ousadia de nossa personagem principal. É, percebi que estou completamente encantada com Belezas Perigosas, que se tornou logo de cara um dos meus livros favoritos.

Tentarei nessa humilde resenha ser neutra, mas já noto o quão difícil será separar minha paixão pelo livro da minha capacidade de avaliação. Então, afirmo, antes de iniciar propriamente, que eu AMEI Belezas Perigosas e acho que TODOS devem dar uma chance a ele. *o*




Belezas Perigosas é um romance (sobrenatural) juvenil, mas que nem de perto é meloso ou infantil (mesmo às vezes reconhecermos traços de infantilidade “aguda” em algumas personagens). A linguagem usada no romance me surpreendeu um pouco, pois se tratando de uma trama desenvolvida na Inglaterra do século XIX encontramos uma linguagem mais simples, usual e moderna. Não que isso seja um ponto negativo, pois poucos se interessariam (principalmente os mais jovens – público alvo do romance) a ler livros com linguagem deveras rebuscada.

“E a incerteza de nosso futuro não passa de um sopro numa vidraça.”

Mas deixando de tagarelar, venha saber o por que de tanto amor pelo livro...

Gemma Doyle acaba de completar dezesseis anos e seu maior desejo é ir a Londres, para enfim ser apresentada a sociedade, mas sua mãe é terminantemente contra em deixar sua jovem (difícil e geniosa) filha, abandonar a Índia e morar na Inglaterra.

“Ninguém parece entender que tenho dezesseis anos e quero, não, preciso, ir para Londres, onde posso estar perto dos museus, dos bailes e dos homens que têm mais de seis e menos de sessenta anos.”
  
Porém, em fortuito de acontecimentos trágicos e misteriosos, que também acarretarão na descoberta de um estranho e enigmático poder em Gemma, a jovem por fim é enviada a Inglaterra para uma escola de formação de moças, a Spence.

*pausa para os comentários*

Eu sou uma pessoa de alma rebelde e por isso sou fascinada em romances “históricos” que tem personagens principais femininas que não se adequam, de forma alguma, ao sistema. E por isso durante a narrativa da Gemma, eu me senti próxima como uma amiga (acredito que todo leitor também se aproxima desse modo), criticando juntas a sociedade e não se rebaixando aos padrões machistas (sou feminista, quase ao extremo) da época.

*voltando a resenha*

Ao desembarcar na Inglaterra, Gemma depara-se com uma realidade totalmente divergente da que tanto sonhara, e da que tanto sua avó lhe falava. Enganada e Indignada, ela também percebe a verdadeira função de Spence, prepará-la para ser uma tola marionete nas mãos da Sociedade (seu marido, seus pais, etc...), e constata que suas opiniões jamais serão escutadas ou atendidas.

“– Um homem quer uma mulher que torne a vida fácil para ele. Ela deve ser atraente, bem-educada, conhecer música, pintura, saber dirigir uma casa, mas acima de tudo ela deve manter o nome dele livre de qualquer escândalo e nunca chamar atenção para si mesma.”

Com ousadia e modos de pensar a frente de seu tempo (certo, em algumas poucas questões ela não é assim tão avançada, rs), Gemma faz amizades e destaca-se na escola. Mas seu dom misterioso, aquele que lhe provoca visões estranhas, ainda precisa ser compreendido para sua própria segurança.

"O que amedronta você? (...)É o Escuro? (...) Ou é algo mais profundo, algo muito mais assustador, um monstro dentro de você que você só vislumbrou em pedaços, a vasta região desconhecida da sua própria alma onde os segredos se reúnem com um terrível poder, a escuridão interior?"

Ela contará com Felicity (a “pirigueti” e popular da escola), Pippa (a bonita, superficial e romântica) e com Anna (a feinha e desajustada) para aprender e descobrir a verdadeira magia e o poder que ela concede, e para isso (re)criam a ORDEM.

Claro que não posso me esquecer do guardião (lindo, sexy e tudo de bom) da jovem, Kartik, ele foi enviado para proteger e avisar Gemma do mau que a magia poderá trazer, o mau que ela poderá libertar. (Ok, eu fiquei apaixonada pelo Kartik e mal consegui dormir depois de uma bela descrição dele, *abana*).

“Os avisos de Kartik não significam nada para mim agora. Eu não sei o que irei encontrar do outro lado daquela porta de luz, e, francamente, tenho um certo medo de descobrir. O que sei é que não posso mais ignorar o poder que tenho dentro de mim.”

A jovem “rebelde” conhecerá o significado da amizade e do poder, mas será ela capaz de compreender seu dom misterioso, será ela capaz de proteger suas amigas?? Será Gemma capaz de compreender a si mesma??

“Somos todas uns espelhos, nós, meninas, e só existimos para refletir suas imagens da forma como eles gostariam de ser vistos. Vasos ocos, desprovidos de ambições, desejos e opiniões, esperando para ser preenchidos com a água tépida da obediência. Mas surge uma fissura no vaso. Eu estou rachando.”

O Romance da Libba Bray (a autora) consegue de forma leve transmitir aos leitores diversas emoções presentes na própria narrativa de Gemma Doyle, mas o momento que mais me emocionei e que me trouxeram lágrimas aos olhos foi com uma cena belíssima, mas de certa forma trágica!! (No Spoilers) Sem contar a preciosidade que é o texto magnificamente escrito (amei a escrita da Libba) e perfeitamente traduzido (pela Léa Viveiros de Castro), que nos traz trechos impecáveis e profundos!

“Eu vou me agarrar a esse frágil fio de esperança, lembrando-me de que em cada um de nós existe bondade e maldade, luz e escuridão, arte e dor, escolha e remorso, crueldade e sacrifício. Nós somos o próprio chiaroscuro, o nosso pedaço de ilusão lutando para emergir em algo sólido, em algo real.”

Não é por ser parceira da Editora Rocco (que me cedeu o exemplar) que amei o livro, foi justamente por todas as razões e trechos acima por mim explicitados. Até o momento não encontrei uma pessoa sequer que não tenha adorado o livro.

O único defeito :: a obra é relativamente “cara” no Brasil. Esse é apenas o primeiro volume da Trilogia Gemma Doyle (o terceiro e último volume, Doce e Distante foi publicado em Fevereiro de 2012 pela Rocco)!!

“Em cada final existe um começo.”


E como disse logo no início da resenha :: EU AMEI ESSE LIVRO E RECOMENDO!! =)

Lindo, simples, engraçado, emocionante e delicioso de se ler!!

P.S. Não se esqueça de comentar e dizer o que achou do livro, da resenha e dos trechos!! Quero muito saber sua opinião ^^

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